quinta-feira, 12 de junho de 2008

NOTICIAS - ASSALTO A PINACOTECA DE S.PAULO.


A Estação Pinacoteca, local de onde foram roubadas nesta quinta-feira obras de Picasso, Di Cavalcanti e Segall, não possui alarmes ou detectores de metal, os quadros não têm seguro, os seguranças não andam armados e as molduras ficam parafusadas na parede.
Mesmo assim, o secretário de Cultura do Estado de São Paulo, João Sayad, afirma que o museu é "considerado o mais seguro de todos"."A Estação Pinacoteca é segura porque tem um número muito grande de seguranças. As câmeras são ótimas e estão funcionando perfeitamente", explicou.

O museu conta com 25 vigilantes trabalhando no prédio.Em entrevista coletiva concedida na sede do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado da Polícia Civil), Sayad disse que o fato dos três ladrões estarem armados facilitou o crime. "[O crime do Masp] ensinou muita coisa. Imediatamente fizemos uma avaliação de todos os museus.
Um novo sistema esta sendo implementado. Mas, assalto a mão armada é mais difícil. Não esperávamos um roubo a mão armada", lamentou.Os três assaltantes que levaram as obras "Casal" (1919), de Lasar Segall, "O pintor e seu modelo" (1963) e "Minotauro, bebedor e mulheres" (1933), de Pablo Picasso; e a pintura "Mulheres na Janela" (1926), de Di Cavalcanti conversaram com três atendentes e renderam um deles, que foi obrigado a ficar deitado no chão.

Além das armas, os ladrões também carregavam uma chave de parafuso, para desprender as molduras. Em um vídeo divulgado pela polícia é possível ver dois assaltantes carregando as obras. O crime ocorreu no segundo andar e não durou mais de 10 minutos.

No momento do roubo, o local estava sem visitantes. Apenas três seguranças faziam ronda na sala. Para Sayad, os ladrões já sabiam exatamente quais obras roubar."Estamos no meio da Cracolândia. Uma zona muito difícil. Mas acredito que foram pessoas especializadas que sabiam o que estavam levando.

Os ladrões se dirigiram a uma sala específica para roubar obras específicas. Devem existir obras mais valiosas no museu. Essas não eram as mais valiosas", contou. Para o diretor do Deic, Youssef Abou Chaahin, os ladrões são muito ousados ou não perceberam que estavam sendo filmados. A perícia já foi feita no local e todos os filmes das câmeras de segurança interna estão com a polícia, que também já recolheu digitais e fez um retrato falado.
Os portos, aeroportos e fronteiras já foram avisados do roubo. A polícia desconfia que as obras possam ir para fora do Brasil. Chaahin não acredita que o crime tenha ligações com o furto do Masp, ocorrido em dezembro do ano passado. "São linhas diferentes de investigação. Os objetos são os mesmos, mas o 'modus operandi' é muito diferente."MudançasA Pinacoteca deve sofrer algumas mudanças em seu sistema de segurança.

Detectores de metais e de incêndio devem ser instalados. Além disso, o museu terá um monitoramento permanente de câmeras de TV e a entrada vigiada por guardas armados.Segundo João Sayad, as alterações na segurança já estavam previstas no plano feito após o crime do Masp. "Talvez seja inevitável colocar detector de metal agora. Mas não é uma decisão óbvia, porque é muito desagradável.

O Programa de Segurança não será revisto depois do que aconteceu hoje", disse. O secretário elogiou a direção da Pinacoteca e afirmou que a atuação dos funcionários foi satisfatória. "A Pinacoteca é muito bem administrada. É possível tocar nas telas, mas sempre tem dois vigilantes em cada sala."Nesta sexta-feira (13), a Estação Pinacoteca abrirá normalmente para os visitantes.

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