Parentes dos três jovens do Morro da Providência encontrados mortos no fim de semana ouviram hoje do general Mauro César Lorena Cid, comandante da 9.ª Brigada de Infantaria, o primeiro pedido de desculpas formal do Exército. Acompanhadas de advogados, as mães das vítimas foram até o Ministério Público Estadual para ter acesso ao inquérito e formalizaram uma denúncia contra a União sob a acusação de triplo homicídio qualificado.
O general Mauro César Lorena Cid anunciou, em reunião com líderes da comunidade, no centro da capital fluminense, que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e integrantes do alto escalão do Exército estão a caminho do Rio para decidir sobre a eventual permanência das Forças Armadas na comunidade. Segundo líderes comunitários, as obras do projeto Cimento Social no morro deverão ser retomada
s até quinta-feira, mas só continuariam após a retirada das tropas. O Centro de Comunicação Social do Exército divulgou ontem uma nota informando que o Comando Militar do Leste determinou a abertura de inquérito para investigar a atuação de militares na Região do Morro da Providência, na cidade do Rio de Janeiro. De acordo com informações publicadas hoje, 11 militares são acusados de terem "vendido" três jovens a traficantes de favela rival. O Exército esclarece que participa de uma "ação subsidiária" na área que tem por base acordo entre os ministérios de Cidades e Defesa.
O Exército divulgou que repudia qualquer ação ilegal praticada por militares. "Assim, o Comando Militar do Leste determinou a instauração de Inquérito Policial Militar, instrumento jurídico competente, para apuração rigorosa dos fatos. Alguns militares encontram-se à disposição da Justiça, para fim de investigação." A nota conclui afirmando que "o Exército está comprometido com os superiores interesses e as aspirações da sociedade brasileira."
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