
O terremoto de magnitude 7,2 na escala Richter que atingiu o Japão hoje já deixou ao menos seis pessoas mortos e 144 feridos. Outras oito pessoas estão desaparecidas.
O terremoto atingiu á área de montanhas e plantações de arroz no norte do país às 8h43 no horário local (20h43 de Brasília), com seu epicentro a 8 quilômetros de profundidade. O fenômeno abalou estruturas de prédios e foi sentido com intensidade em áreas das províncias de Iwate, Miyagi e Fukushima, na ilha japonesa de Honshu.
Helicópteros militares sobrevoaram a zona de 400 quilômetros atingida pelo terremoto, levando suplementos e trazendo feridos para hospitais. Os oficiais afirmam que pelo menos 144 pessoas ficaram feridas e desmoronamentos de terra deixaram cem banhistas presos em um resort de águas quentes. A mídia local estima em mais de 200 o número de feridos.
Na usina nuclear em Fukushima, o terremoto causou o vazamento de cinco galões, cerca de 20 litros, de água radioativa de duas piscinas de armazenamento de combustível. O vazamento, contudo, não chegou a sair da usina, segundo informações do funcionário do Ministério de Indústria e Comércio, Yoshinori Moriyama.
A força do terremoto, que foi sentida por cerca de 153 réplicas, bloqueou muitas estradas, incluindo um trecho de uma auto-estrada que foi destruído devido a um desmoronamento de terra.
O abastecimento de energia elétrica foi cortado para cerca de 29 mil casas, mas a maior parte do serviço já havia sido restaurado até a noite deste sábado.
As Forças de Autodefesa do Japão enviaram uma missão com mais de 150 homens para começar a operar imediatamente na zona afetada pelo terremoto.
Soldados japoneses buscam pessoas presas em um resort em Kurihara
O primeiro-ministro Yasuo Fukuda afirmou que o governo está mobilizando tropas, a polícia e "todo mundo que nós conseguirmos" para encontrar as pessoas desaparecidas e resgatar os feridos. Ele ordenou que as equipes de resgate continuem os trabalhos durante a noite.
"Nossa tarefa mais importante é salvar o máximo de vidas possíveis e nós estamos fazendo o melhor que podemos", disse Fukuda.
"Tremeu tão violentamente que eu não conseguia ficar de pé. Eu tive que me apoiar na parede", disse Masanori Oikawa, oficial da cidade de Oshu, que estava em casa, perto do epicentro do terremoto.
Em Kurihara, um deslizamento de terra enterrou 15 operários de construção. Outros 12 conseguiram escapar, mas dois foram mortos e um ainda está desaparecido.
Entre os seis mortos estava um homem que fugiu de um prédio após sentir o tremor e foi atropelado por um caminhão que passava na rua. Quatro pessoas ficaram enterradas com o soterramento de terra e um operário de construção foi atingido por uma rocha que se desprendeu de uma represa. As informações foram confirmadas por oficiais locais.
O terremoto também destruiu equipamentos e partes de carros em uma fábrica subsidiária da Toyota, em Iwate. Segundo a porta-voz da empresa, Seiko Watanabe, ainda não foi decidido se a produção será retomada na segunda-feira.
Estrada danificada pelo terremoto de 7,2 graus na escala Richter que atingiu o Japão
O terremoto fez com que os serviços de trem de alta velocidade e de linhas ferroviárias de zonas de Tohoku e Kanto fossem suspensos por precaução, e que se fechassem as estradas em Miyagi, segundo a rede de televisão NHK.
Estrada danificada pelo terremoto de 7,2 graus na escala Richter que atingiu o Japão
O terremoto fez com que os serviços de trem de alta velocidade e de linhas ferroviárias de zonas de Tohoku e Kanto fossem suspensos por precaução, e que se fechassem as estradas em Miyagi, segundo a rede de televisão NHK.
Os serviços ferroviários do Japão disseram que cerca de duas mil pessoas tiveram que ser evacuadas de três trens de alta velocidade que ficaram paralisados na zona afetada.
As equipes de resgate afirmaram que o maior problema foi o dano ao sistema de rodovia, que impede o acesso à áreas isoladas da zona afetada.
"Nós estamos recebendo alertas de danos, mas não conseguimos nem ao menos acessar a região por causa das estradas bloqueadas por deslizamentos", disse Norio Sato, oficial de Kurihara, uma das cidades mais afetadas.
Depois de quase nove horas do terremoto atingir a cidade, o gerente de um supermercado local ainda estava limpando o local. "Muitas garrafas de bebida caíram no chão e nós ainda estamos limpando a bagunça", disse Kazuya Kikuchi, acrescentando que ele estava mantendo a loja aberta para clientes que precisem de suplementos diários.
"O terremoto foi muito assustador e eu estou preocupado porque nós continuamos sentindo réplicas", disse.
O Ministério da Defesa enviou 12 helicópteros e um avião de patrulha para à área afetada. O governo também enviou um helicóptero CH-47 que levou o ministro de desastres Shinya Izumi à região. "A extensão dos danos à rodovias e pontes é muito maior do que eu esperava", disse Izumi.
As autoridades japonesas advertiram que se esperam réplicas de 6 ou mais graus de magnitude que podem ocorrer durante as próximas horas, e recomendaram à população que se mantenha alerta.
De acordo com a agência Kyodo, o tremor não afetou o funcionamento das usinas nucleares da província vizinha de Fukushima, nem o aeroporto de Sendai.
O Japão está localizado sobre uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo. O terremoto mais grave ocorrido no país em anos recentes foi em Kobe (oeste do país), em 17 de janeiro de 1995, com uma magnitude de 7,3 graus na escala aberta de Richter, e deixou mais de seis mil mortos.
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