
Mohammed Santos matou e esquartejou Cara Marie em julho de 2008.Advogados de defesa vão alegar que ele tem problemas mentais.
O jovem Mohammed D'Ali Carvalho dos Santos, de 21 anos, acusado de matar e esquartejar a inglesa Cara Marie Burke em julho de 2008, em Goiânia, enfrenta o júri popular nesta quinta-feira (14). O juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 1ª Vara Criminal da capital goiana, será o responsável pelo julgamento. Mohammed está preso no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia desde 31 de julho do ano passado.
Mohammed será julgado sob as qualificadoras do crime como o motivo fútil, uma vez que a jovem inglesa teria ameaçado contar à mãe do réu e a um policial militar que ele usava drogas. Segundo o juiz, outro agravante seria o ataque enquanto a vítima estava ao telefone.
Cerca de 300 pessoas poderão acompanhar o julgamento. Por volta das 7h30, os interessados faziam fila no fórum da capital goiana. Todos devem passar pelo detector de metais antes de entrar no local onde vai ocorrer o julgamento.
Duas fileiras de cadeiras estão reservadas para a imprensa local. Uma tradutora foi contratada para auxiliar jornalistas internacionais. Dez policiais militares farão a segurança.
O Corpo de Sentença será composto por sete pessoas, sorteadas entre as 25 previamente convocadas. Elas têm entre 20 e 70 anos.
Motivo fútil
O magistrado decidiu levar o rapaz ao Tribunal do Júri por entender que o crime foi cometido por motivo fútil e sem permitir que a vítima se defendesse. Alcântara justificou a decisão com base na existência de indícios determinantes da autoria do homicídio.
A promotoria também deve usar os laudos periciais sobre a morte da jovem inglesa e o fato de ter ocorrido destruição e ocultação de cadáver.
Mohammed não responderá pela acusação inicial do Ministério Público de corrupção ativa, supostamente cometida pelo réu contra policiais militares que o prenderam.Os advogados Carlos Trajano de Souza e Odair Menezes, que representam o jovem Mohammed, vão alegar que o réu confesso é portador de transtorno de personalidade antissocial, perturbação de saúde mental e dependência química.
Namoro e filho
Cara Marie Burke e Mohammed D'Ali chegaram a viver juntos, sem qualquer relacionamento amoroso, até a vítima se mudar para outro bairro, em Goiânia. A garota estaria com medo de Mohammed por causa do envolvimento com drogas.
Antes do crime, Mohammed namorava com uma cabeleireira de 20 anos. O relacionamento continuou mesmo após a prisão dele. A fidelidade do namoro fez o réu virar pai ainda na carceragem. No dia 23 de março deste ano, a jovem deu à luz um bebê prematuro, de sete meses, em uma maternidade particular na capital goiana.
A cabeleireira, que prefere não ser identificada, disse que ficou grávida durante uma das visitas íntimas ao namorado. "Não tenho envolvimento com o que aconteceu, mas estou pagando com o preconceito das pessoas. Já tentei arrumar emprego, mas não consigo, as pessoas ficam me olhando e comentando pelas costas. Quando descobrem que sou namorada dele [Mohammed], desistem de me dar a vaga. Isso já aconteceu duas vezes." Ela será uma das testemunhas de defesa de Mohammed no julgamento. O irmão do acusado, Bruce Lee, que vive atualmente em São Paulo, também deve ser convocado pelos advogados de defesa. A mãe do réu, Ivany Carvalho dos Santos, não vai acompanhar o júri. A família não informa seu paradeiro.
FONTE G1.
Nenhum comentário:
Postar um comentário